Eu já escrevi muitas vezes aqui sobre a felicidade, a sua importância na nossa vida e tudo mais. Hoje venho para falar sobre outro sentimento, algo completamente oposto à felicidade. Sim, o Mr., que vem escrevendo textos e textos sobre alegria e bons momentos, vem falar hoje sobre a tristeza. Isso vai acontecer porque hoje (20/01/10) essa malvada me pegou de jeito e de uma forma completamente inesperada. Vamos aos fatos...
Eu não sou muito ligado às coisas matérias sabe, embora reconheça que tem algumas coisas que dou muita importância. Até porque acho hipocrisia falar que não se é um pouco materialista, ainda mais em um mundo como o nosso atual, mas esse já é outro assunto. Pois bem, umas das coisas materiais que realmente gosto ou gostava né, eram meus óculos Ray Ban Original, adquirido de um amigo. Sabe, aquelas coisas que tu nem dava muita bola, mas que vira um xodó? Pois assim era meu Ray Ban, ou a "Luna", como diria o Kiko (fotógrafo do JM)
Me apaixonei pelos óculos, também pela sua funcionalidade, mas obviamente que o estilo Ray Ban também contava muito. Enfim, era algo que eu realmente gostava.
Hoje fui fazer uma reportagem para o jornal. Como de costume, coloquei os óculos. Chegamos ao local e, também como de costume, tirei o Ray Ban para conversar com os entrevistados. Resolvi guardar no bolso da calça, o que era até comum. Maldita escolha. Quando terminei as entrevistas/conversas e saímos para voltar ao jornal, coloquei a mão no bolso, e dali tirei o meu xodó, quebrado. Na hora até falei pro fotógrafo: "ah, que nada... faz parte".
Mas comecei a pensar no caminho de volta e aquilo foi me deixando meio mal. "Puxa vida, eu gostava desse óculos". Ficava pensando isso. E aí fui ficando meio pra baixo.
Tudo bem. Você pode estar achando o texto meio idiota. Afinal, era só um óculos. Mas o que quero dizer é que o fato de ter perdido meu ray ban, foi só o estopim. Há dias que venho preocupado com diversos assuntos. Até estava pensando ontem, a cada dia que passa surge uma coisa nova. É a formatura para pagar, para organizar, uma vaga de emprego aqui, outra melhor ainda ali, a pós "dos sonhos" que apareceu, a carteira de motorista por fazer, aquela menina que tenho saudade, tudo causando uma imensa confusão. E fico irritado quando estou assim, confuso. Fico triste por não conseguir resolver tudo. E aí vai formando uma bola de neve e quando menos esperamos, isso explode.
E como vimos, o estopim pode ser algo singelo, como um óculos, ou às vezes um chinelo. Não necessariamente a tristeza virá de uma grande perda, mas pode ser também de uma soma de coisas, que a mente vai guardando até que chega um momento que simplesmente ela chega.
Mas por que é tão difícil ir resolvendo essas pendências da vida? Porque a gente não para pra fazer isso. A rotina vai tomando conta e embora saibamos que temos coisas a resolver, vamos deixando de lado. Às vezes por cansaço, mas também muitas vezes por preguiça.
Agora estou entendendo. Está na hora de reservar um tempo a mais para pensar sobre estas coisas. Decidir de vez o que faço. Se vou ou se fico. Se faço a pós ou se não faço. Quando isso se resolve, a tendência é vir um alívio natural.
Vamos fazer isso então. Reservar um tempo para nós mesmos, deixando um pouco de lado o resto.
Mas ainda fico pensando aqui comigo. "Poxa vida, eu gostava do meu Ray Ban". :(