O título desse texto faz referência ao pensamento que tive ao chegar em "casa" na última terça-feira. Sim, pois parecia que tinha entrado dentro do filme "Quem quer ser um milionário". Isso pelo simples motivo da casa ter sido "invadida" por um monte de indianos. Sim né, como se já não bastasse a excentricidade do dono da casa, um músico, de cabelos brancos, que deve ter seus 50 anos e atende pela alcunha de "Maninho". Figuraça!
Pois bem, acontece que o local onde eu estou "morando" temporariamente é uma casa que é tipo uma pensão. Então, o dono acaba recebendo de tempos em tempos um pessoal da Índia. E foi isso que aconteceu mais uma vez essa semana.
Quando cheguei em "casa' na noite de terça-feira, a cozinha parecia uma rua de Nova Déli. Eram seis indianos, mas pelo tanto que falavam e pela velocidade da conversa, naquele idioma pra lá de esquisito, parecia que tinha uns 120 indianos na cozinha... hahaha
Em um primeiro momento, como um verdadeiro xucro da campanha, tratei de ficar pelo meu quarto. Mas algumas horas mais tarde, acabei indo à cozinha novamente. Eles estavam jantando e aí descobri que um deles fala português.
Bom, aí meu lado jornalista falou mais alto e eu puxei conversa pra matar minha curiosidade. Afinal, o que faziam aqui? Como vieram parar? Todos falam português? Como eram as coisas na Índia? Entre outras tantas perguntas.
E foi interessante. Ele contou que trabalha pra uma empresa da Índia, mas aqui no Brasil, o que faz com que esteja por aqui há 10 anos já. Os outros, porém, todos estão aqui pela primeira vez e não falam português. Isso rendeu algumas cenas engraçadas durante a semana, pois o único que falava português não ficou aqui na casa. Ele e o sobrinho dele, outro que "arranhava" algo no nosso idioma, foram pra outro local, deixando aqui os outros quatro que não falam nadica de nada em português.
Bom, o resto da semana foi meio que de descobertas. Por exemplo, a comida deles tem muita pimenta. Sério, TUDO leva pimenta, MUITA pimenta. Outra coisa interessante, eles não comem carne de porco, mas carne de gado está liberada. Eu, no auge da minha ignorância, por já ter ouvido falar tantas vezes sobre as vacas que são sagradas na Índia, achava que não comiam carne de rês. Mas eles comem sim. Só não podem matar, pois isso é pecado, afinal, lá o bicho é sagrado... hehe.
Mas o fato relacionado à comida que mais me chamou a atenção foi o de que eles comem com as mãos. Ou melhor, com A mão. Sim, pois é pecado sujar a mão esquerda, então eles usam apenas a direita. Tem até uma manha com o dedão pra jogar a comida pra dentro da boca, mas não tenho como mostrar agora pra vocês. E é estranho ver eles metendo a mão no prato cheio de comida, misturando tudo e levando à boca.
Uma coisa que me incomodou, talvez a única, já que a gurizada é bem tranquila, foi o "lago" que eles deixam no banheiro a cada banho. Eles simplesmente alagam todo o banheiro. Vira uma piscina. Não sei como conseguem.
Algo muito hilário é ouvir eles conversando. Eles falam MUITO rápido... é muito engraçado.
Na quinta-feira, um dos que falam português esteve aqui à noite. Primeira coisa a se considerar sobre ele: é a cara do protagonista de "Quem quer ser um milionário" (foto). Impressionante!
Pois bem, conversando com ele, descobri que os outros não gostavam de ter que cozinhar todo dia. Sim, pois segundo ele, na Índia, a parte da cozinha, da casa como um todo, ainda é uma tarefa única e exclusivamente feminina. Ou seja, eles não estavam acostumados a ter que cozinhar. Ficavam um tempo em volta das panelas naquele falatório medonho. Era visível que discutiam o que e como fazer... hehe.
Pois bem, conversando com ele, descobri que os outros não gostavam de ter que cozinhar todo dia. Sim, pois segundo ele, na Índia, a parte da cozinha, da casa como um todo, ainda é uma tarefa única e exclusivamente feminina. Ou seja, eles não estavam acostumados a ter que cozinhar. Ficavam um tempo em volta das panelas naquele falatório medonho. Era visível que discutiam o que e como fazer... hehe.
Mas a melhor cena da "semana indiana" aqui foi na noite dessa sexta-feira. Eles queriam ligar para um número de Brasília e pediram ajuda pra descobrir o DDD. Só que, obviamente, eles falando o idioma deles e eu o nosso, não deu muito certo. Eis que lembramos do inglês. Sim, não sei quem era pior no inglês, eu ou eles... hahahaha.
Foi um tal de "code" pra cá, "i don't know" pra lá, mas no fim conseguimos nos entender. E tudo terminou com um "thanks" e um "relax man"... hahahaha. Ah, e eles conseguiram fazer a ligação. Esse episódio me ajudou a descobrir que apesar da precariedade do meu inglês, eu consigo me comunicar razoavelmente no idioma.
Enfim, poderia ficar puxando na memória mais coisas interessantes e estranhas sobre os indianos, mas acho que esse texto já ficou muito longo. E sabemos que os leitores não gostam de textos longos... hehe
Apesar dos pesares, foi interessante passar esses dias na convivência de um pessoal com a cultura tão diferente. Mesmo que não tenhamos nos comunicado tanto, observar certos hábitos deles foi legal. Mas o que mais me chamou a atenção mesmo foi ver eles comendo com as mãos e, lógico, o idioma.
Então era isso amigos.
Até a próxima! o/