"Jonatan pegou o controle remoto da TV, o copo de suco e um pacote de bolachinha com uma mão. Depois, colocou o notebook embaixo do braço e com a outra mão pegou o carregador de bateria, o mouse, os fones de ouvido e o celular. Eram poucos passos entre o sofá da sala até a mesa do computador localizada em seu quarto. Por isso mesmo, imaginou que conseguiria vencer o percurso sem derrubar nada.
Assim, equilibrando as várias coisas, saiu caminhando o mais rápido que podia. Quando se aproximava da porta do quarto, deixou cair os fones de ouvido. Pensou ser possível alcançá-los sem maiores prejuizos. Mas em meio à "manobra", viu o controle remoto escorregar-lhe da mão. Na ânsia de salvar o objeto da queda, no reflexo, abriu o braço que segurava o note, que também passou a cair. Mais atazanado ainda na tentativa de salvar o computador, viu despencar o copo cheio de suco, o celular e tudo mais que tinha nas mãos.
Estava feita a cagada. O note não ligava mais. O celular havia se dividido em várias partes, mas talvez houvesse solução. O controle remoto e o mouse também estavam bem comprometidos e para completar, sua mãe com certeza iria brigar muito pelo copo quebrado e a sujeira no chão do corredor.
Jonatan ficou parado por alguns segundos olhando para a cena com um único pensamento: por que eu não levei as coisas aos poucos? Que merda!"
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Quem nunca sentiu algo parecido!?! Uma decisão mínima, coisa do dia a dia, que por ser mal tomada, acabou resultado em algo desagradável. E não precisamos nem ir para os exemplos mais graves. Coisas bobas mesmo.
Aquele espaço que a gente acha que dá pra passar, mas ao tentar, engancha a roupa e rasga aquela camisa tão boa que tanto gostava de usar. Ou ver alguém abanando no outro lado da rua e abanar de volta, para depois olhar que o cumprimento não era pra gente e sim pra outra pessoa logo atrás. Aquela piada que era só pro teu colega de sala ouvir, mas que graças ao silêncio repentino, todo mundo ouve, inclusive a professora, o alvo da piada. Aquele pacote de salgadinho que não quer abrir e a gente força, força, até que abre de uma vez e salta todo salgadinho no chão, na mesa, por cima do computador. Exemplos não faltam.
Quem nunca passou por momentos assim? Pois é. Justamente por essas coisas que eu acho que o comando Ctrl+Z deveria existir na nossa vida. Mas nada exagerado.
Tinha que ser algo limitado. Tipo, um por dia, ou algo assim. Porque senão a vida perderia a emoção se a gente pudesse voltar atrás toda hora.
Mas que seria muito útil um Ctrl+Z aqui, outro acolá, coisinhas básicas, ah, seria mesmo.
Mas é melhor eu parar de viajar, que a vida REAL, não tem essas regalias da vida VIRTUAL. Por isso, o jeito é tentar errar o menos possível, seja em coisas tão banais ou em outras mais importantes.
Tudo bem, a gente vai errar, mas poxa, tentar diminuir os erros é sempre bom. E mais importante que isso, sempre reconhecer quando estiver errado. Começando por aí já está bom, já que na vida não existem comandos que façam o tempo andar para trás.
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