Lembro como se fosse hoje, mas não sei ao certo a minha idade na época. Só sei que era uma rotina que eu adorava. Chegava do colégio, largava tudo num canto e depois do almoço com a mãe e a minha irmã, ficava sozinho em casa.
Minha mãe ia para o trabalho no hospital e a minha irmã, envolta nas loucuras da adolescência, simplesmente sumia.
Ficava eu e os cachorros em casa. Mas não me importava com isso. Era divertido. Depois de dar aquela passadinha básica pelo pé de laranja que tinha no pátio e olhar um pouco da sessão da tarde, pegava minha velha bola de futebol, já com alguns "gomos" faltando e ia pra uma área grande que tinha na parte dos fundos da casa.
Ali, ficava por horas chutando a bola na parede pra que ela rebatesse e voltasse na minha direção. A ideia era defender a rebatida. Até narração tinha... hahaha
Enfim... era divertido. Só me preocupava mesmo em não acertar as lâmpadas ou os vidros da porta. Sim, porque na parte de trás da minha casa, tinha uma porta enooorme, toda de vidro.
E foi nesse dia, que eu me lembro bem, que aconteceu o que eu evitava. Numa das tantas rebatidas, a bola passou por mim e na tentativa de puxá-la de volta, ela foi reto e forte em direção à porta de vidro. Resultado? Uma das partes da porta virou caquinhos de vidro e eu entrei em pânico. Afinal, minha mãe ia chegar daqui algumas horas do trabalho e eu não escaparia ileso dessa vez.
Sim, porque eu sempre tive sorte. Talvez por ser um guri quieto, caseiro, e nunca ter tido problema na escola, minha mãe não tinha muitos motivos pra me dar broncas. E quando tinha, eu chamava minha aliada, a asma, pra me ajudar. Muitas vezes fingi uma falta de ar pra matar aula ou escapar de uma bronca... hehe...
Mas no fim das contas, a preocupação não refletiu na bronca. Minha mãe chegou, deu uma resmungada, mas nada demais. Talvez por eu ter um certo "crédito" por ser tranquilo, a coisa foi mais amena. Mas lembro como se fosse hoje, o medo que fiquei, a preocupação que fiquei quando quebrei a porta de vidro.
Como era bom aquele tempo. A preocupação de ter boas notas ou das broncas da mãe por uma ou outra arte, eram as únicas a importunar. Nada de contas a pagar, chefes a agradar, pessoas a contentar. E dizer que a gente tem aquela vontade, ou seria curiosidade, de ser adulto logo... engraçado..
Hoje o que eu queria mesmo era voltar no tempo, ser criança de novo, deixar essa vida adulta, tão complicada, pra trás e voltar a me preocupar com as notas da escola e com as broncas da mãe. Aiai...
Mas já que não podemos fazer isso né, vamos tocando a vida... hehehe...
Bom, por hoje era isso pessoal. Até a próxima viagem louca pela mente alucinada de Mr. Gomelli. ;)
Oi!
ResponderExcluirVocê é la do Duelo de Escritores? Estou tentando fazer contato (amizade) com os participantes... E a estória aí é muito legal, engraçada ;)
Abraço.
Oi!
ResponderExcluirParticipo às vezes, tento acompanhar sempre... hehehe
obrigado pela visita!
Abraço!