sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Dá uma "reiva" no vivente!

Eu tenho o hábito ou mania, enfim, de sempre ter algum tipo de biscoito em casa para dar aquela enganada na fome entre as refeições. Sendo assim, sempre procuro ter em casa pacotes de bolachas recheadas (doces) e de bolachas "água e sal" (salgadas).

Como todos devem saber, essas bolachas vêm em pacotes que têm aquele fiozinho para abrir. E uma das coisas que mais têm capacidade de me tirar do sério é que esses fiozinhos muitas vezes não funcionam. Mas não apenas não funcionam, como também atrapalham na hora de abrir o pacote.

Já perdi as contas de quantas vezes fui abrir um pacote de bolachas pelo tal fiozinho e o negócio simplesmente não cumpre a função. Ou ele não tem aquela pontinha para dar início à abertura do pacote, o que acontece quando o negócio vem todo grudado, ou então ele tem a pontinha, tu começa a puxar e ele arrebenta no meio.

Hoje mesmo aconteceu isso. Cheguei em casa depois de jogar bola, tomei um banho e peguei um pacote de bolachinhas recheadas. Nossa, estava com vontade de comer algo doce. Pois bem, peguei o tal pacote e fui à cata do fiozinho. Adivinhem: ele não tinha o "puxador". Fiquei ali, por vários minutos tentando puxar uma pontinha para dar início à abertura do pacote. Como tenho mania (horrível) de roer as unhas, não tinha jeito de conseguir. 

E isso vai irritando o vivente. É inevitável. Aí vira o pacote pra um lado, vira pro outro e nada de conseguir descolar a pontinha do fiozinho. A irritação aumenta, o corpo vai esquentando e vira algo pessoal. "Eu vou conseguir te abrir pelo fiozinho nem que seja na marra, seu pacote filho da...".

O negócio vira uma verdadeira batalha. O pacote ali, todo cheio de marra, praticamente debochando do pobre coitado que luta por uma coisa que parece tão simples, que deveria ser tão fácil. 

Mas não tem jeito. Quando o fiozinho não sai, ele não sai por nada que tu faça (dããã). E aí vem uma sensação de impotência, porque por mais que a gente saiba que tem como abrir o pacote por ali, ele simplesmente não abre. De jeito nenhum. Só resta mesmo uma atitude extrema. Pegar uma faca e decepar a ponta do pacote, fazendo saltar de dentro as bolachas, tão desejadas... hahaha... vitória enfim, seu maldito pacote... aaaahhhh (esse seria o grito da comemoração no caso...hehe).

E é esse mesmo sentimento de impotência que atinge o povo brasileiro a cada novo escândalo envolvendo nossos políticos ou qualquer outro segmento da nossa sociedade. Cada vez que surgem novas suspeitas, novas denúncias, novas provas e novas confirmações de corrupção, de desvios milionários de verbas públicas para o bolso de pessoas que deveriam estar ali para defender a vontade de quem votou nelas, o povo brasileiro é tomado por essa fúria (exceto os politicamente corretos que não sentem esse tipo de coisa nunca ¬¬) que se mistura ao sentimento de impotência.

Porque mesmo que resolva se voltar contra essa corja de ladrões, o povo acaba perdendo. Porque eles se valem do poder que possuem para sair ilesos. E se o povo resolve protestar, surge alguém para impedir, ferindo um direito constitucional, que é a LIBERDADE DE EXPRESSÃO.

Enfim, o povo brasileiro, a cada novo escândalo de corrupção, sente-se como eu quando não consigo abrir o tal pacote de bolachas: enraivecido e impotente. Vai chegar uma hora que a população vai perceber que só através de atitudes extremas, isso poderá ser de alguma forma transformado. E aí meus amigos, cabeças vão rolar e não serão dos pacotes de bolachinha.

Até a próxima.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A saudade apertou!

Não é de hoje que eu vivo longe de tudo que fez parte da minha vida por quase vinte anos. Não é de hoje que eu decidi sair de "casa" para correr atrás dos meus sonhos, dos meus desejos. Não é de hoje também que eu sei que às vezes ficar longe de todos ia trazer sentimentos não tão bons. Mas eu ainda me impressiono cada vez que isso acontece.

Não é a primeira vez que eu fico um bom período de tempo sem ir para casa. E muito menos é novidade ficar sem a convivência das pessoas que estiveram ali durante a "construção" da pessoa que eu sou. De quem me passou ensinamentos, seus conceitos sobre os mais variados aspectos da vida. Não é a primeira vez que isso mexe comigo. Mas eu ainda me impressiono cada vez que isso acontece.

Não é como se eu estivesse há anos longe de casa. Não, não! Na verdade são meses, apenas. Apenas? Bom, para mim é um tempão. Fui criado com os laços familiares muito fortes no todo da minha criação. Sabe como é aquela coisa de todo domingo a família se reunir para almoçar? Aquela coisa de estar todo mundo "junto" mesmo que às vezes meio brigados? Aquele sentimento de união? Foi assim que eu me criei. Foi assim que eu aprendi a viver. E mesmo que existam outras formas de manter contato, não é a mesma coisa que estar presente lá. E isso tudo não é novidade. Mas eu ainda me impressiono cada vez que isso acontece.

Não sou bom em expressar sentimentos. Na verdade, mesmo sabendo de tudo isso, mesmo tendo tão forte esse aspecto familiar em mim, eu sempre soube lidar muito bem com essa distância. Saí de casa por opção. Saí porque tenho meus sonhos para perseguir. Aceitei a distância como uma condição pra que eu pudesse realizar algo. Mas mesmo assim, cada vez que isso acontece, eu me impressiono.

Esse sentimento aparece bem de repente. Pode ser por uma conversa, por uma música, ou por uma lembrança. Só sei que volta e meia, quando eu menos espero, ele chega e se instala, e eu tenho que confessar, que muitas vezes, ele já me fez chorar.

Oras, mas homem não chora! 

Quem foi que disse? 

O homem que dá valor para as coisas que gosta, para as pessoas que ama, esse homem chora quando sente saudade. E quem aqui, nunca sentiu saudade?

Ahh, essa tal saudade...

A cada dia fico mais "inquieto". Cada vez mais querendo reencontrar o meu povo, a minha gente. A saudade é sentimento estranho. É daquelas coisas que podem te levar do sorriso às lágrimas em segundos, e vice-versa. A saudade tem força, muita força. E por mais que eu já esteja acostumado a presenciar essa força, esse poder que ela tem. Eu ainda me impressiono cada vez que isso acontece.

Hoje a saudade apertou. Bateu forte e eu já entendi. Tá na hora de ir pra casa. É só assim que ela se acalma.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A estranha lógica da cama!


Você está com sono e se prepara para dormir. Não importa muito como faça isso. Se é de pijama, com pouca roupa ou até mesmo sem nada (tem louco pra tudo), mas o mais impressionante é que o seu pé (ou pés) pode definir se você sentirá calor ou frio. E mais, eles podem ser a solução para ambas as situações...hehehe.

Você deita e se cobre. Tenta dormir, mas sente calor. Destapa-se e tenta dormir novamente. Aí sente frio.  A solução para isso? É o posicionamento dos pés.

Se você sente calor e sabe que vai sentir frio quando se destapar por completo, basta por um pé para fora das cobertas e resolvido o problema. 
Ou vice-versa. Destapou-se por completo, mas veio aquele friozinho. Fácil solucionar. Basta cobrir um dos pés ou os dois, e pronto! Encontra-se o equilíbrio.

É impressionante! Sempre funciona. É a estranha lógica da cama!

É muito louco isso... hahaha!

Abraço pessoal!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

"Eu vou morrer, doutor?"

Heitor estava assustado, suava frio e quase não tinha mais unhas para roer. O nervosismo chamava a atenção das demais pessoas naquela sala de espera do consultório médico. A secretária, notando o estado do homem ofereceu-lhe um copo de água, que foi rapidamente recusado. Heitor não queria água, não queria nada, só conseguia pensar na resposta dos exames.

- Não se preocupe, o doutor Orlando logo irá lhe atender. - falou a moça tentando acalmá-lo.

Heitor olhou para ela. Uma jovem muito bonita, de cabelos negros, até o meio das costas. Lábios fartos, assim como outros atributos físicos. Vestia uma blusa branca, perfeitamente adequada ao seu corpo, com uma saia nem tão curta que parecesse vulgar, nem tão longa que cobrisse demais aquele belo par de pernas. O homem olhou para aquela bela jovem e lembrou  que talvez nunca mais poderia ter uma mulher em seus braços. Aquele pensamento só aumentou seu nervosismo. Era jovem demais, pensava ele, para morrer.

Em poucos minutos ele estava sendo chamado. Levantou-se abruptamente e irrompeu à sala onde o médico o aguardava. Não sentou, não cumprimentou o senhor de cabelos brancos a sua frente que gentilmente lhe estendeu a mão. Queria saber logo a resposta. Não aguentava mais esperar.

- Eu vou morrer, doutor? - perguntou em voz alta.

O médico, compreensível com a apreensão do rapaz, tentou acalmá-lo. Ofereceu-lhe a cadeira, onde Heitor, relutante, sentou para ouvir a notícia que tanto aguardava.

- Eu preciso que o senhor se acalme, seu Heitor. Realmente a notícia que eu tenho para você, não é muito boa. - Falou o médico pausadamente, medindo as palavras na tentativa de não piorar o quadro.

- Eu sabia, eu sabia... ai meu Deus...eu não acredito nisso... não acredito... - o homem agora gritava em meio a soluços. O choro foi instantâneo.

- As minhas suspeitas se confirmaram com os exames. Infelizmente o senhor procurou ajuda um pouco tarde demais e a sua doença chegou a um nível muito avançado. O quadro ainda não é totalmente irreversível e vamos fazer o possível para reverter isso. Mas é preciso que o senhor mantenha a sua esperança. - continuou o médico, tentando acalmar o jovem que chorava como uma criança a sua frente.

Heitor sabia que havia demorado muito para buscar ajuda. No começo, achou que aquela dorzinha fosse logo passar, que fosse apenas uma lesão por algum movimento feito de mau jeito. Depois, com a insistência do problema, recorreu a remédios indicados por amigos e parentes, mas a dor só aumentava.

Chegou a um ponto que não aguentava mais. E foi aí, que recorreu a uma opinião especializada. Quando foi ao médico ficou aterrorizado com o que ouvira. Todas as possíveis causas daquela dor eram terríveis. Fez os exames indicados e viveu dias de angustia até ouvir o diagnóstico. Nutria, dentro de si, uma pequena esperança de que não fosse nada muito sério, mas o medo de que fosse algo mais grave, transformou a vida dele em um verdadeiro tormento.

Agora, quando finalmente ouvira a resposta, não sabia o que fazer. Sentia como se o mundo a sua volta estivesse parado. Estava cada vez mais certo que iria morrer. Pensou em tudo que lembrava da sua vida. Desde os tombos de bicicleta ainda na infância, aos primeiros namoricos na adolescência. Lembrou de Joana, com quem havia perdido a virgindade. Menina com quem namorou por alguns meses. Pensou na família e no sonho de ser pai. Foi quando voltou à realidade com o telefone que tocava a sua frente.

O médico, sabendo da delicadeza do problema, tratou logo de orientar o rapaz e em poucas horas Heitor estava internado em um hospital da cidade, dando início ao tratamento.

Naquela noite, Heitor finalmente conseguiu dormir um pouco. O início do tratamento e a esperança de que tudo não passaria de um susto, fez com que ele ficasse um pouco mais aliviado. Isso tudo, aliado ao efeito dos remédios, fez com que pela primeira vez em alguns dias, ele dormisse um sono constante.

Foi a última vez, porém.

Algumas horas depois, durante a madrugada, Heitor morreu.

Realmente era tarde demais!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O Rock in Rio que eu vi!

Nos dois últimos finais de semana um dos maiores festivais de música do mundo voltou a ser realizado no local onde surgiu. Estou falando, obviamente, do Rock in Rio, que levou milhares de pessoas à "Cidade do Rock", no Rio de Janeiro. O evento foi talvez o assunto mais comentado no país nos últimos dias e vários aspectos desta edição chamaram a minha atenção.

Foi legal ver a volta do festival ao Rio de Janeiro. Afinal, não fazia muito sentido levar a cidade no nome e ser realizado fora do país. Mas por outro lado, outro aspecto do nome, o que se refere ao estilo do festival, foi "violentado". Afinal, de Rock mesmo, o Rock in Rio teve pouca coisa, pelo menos no palco principal! Ficou muito mais para o Pop, do que para o Rock propriamente dito. Sem contar que algumas apresentações não fizeram o menor sentido, como os shows das baianas Ivete Sangalo e Cláudia Leite.

A justificativa para isso é a mesma usada para justificar a realização do festival em outros locais, que não o Rio de Janeiro. O Rock in Rio deixou, há muito tempo, de ser apenas um festival, para se transformar em uma marca, muito forte por sinal. Prova disso foi a quantidade de gente que atraiu nos sete dias em que se realizou (estima-se que mais de 700 mil pessoas).

Mas mesmo assim, acho meio sem fundamento colocar um show de Axé em um evento como esse. Até porque, os músicos de Axé já têm uma festa popular toda para eles, que é o Carnaval, onde o estilo reina paralelamente ao Samba, ao Funk e outros...

É plausível, até certo ponto, fazer um evento mais eclético, até mesmo para atrair um público maior, já que o festival não deixa de ser um produto. Porém, o palco principal deveria ser reservado exclusivamente para as atrações do gênero musical que dá nome ao evento, deixando os outros espaços, como o palco Sunset, aberto para a mistura de ritmos.

Como não foi isso que aconteceu, tivemos muita coisa que não tinha nada a ver com o evento. Além dos exemplos já citados, é possível lembrar ainda Shakira, Rihanna, Katy Perry, Ke$ha, Marcelo D2, entre outros. Por outro lado, no palco Sunset, uma espécie de palco secundário, apresentaram-se as duas bandas mais importantes do Heavy Metal nacional, na atualidade: Sepultura e Angra. Local e estrutura que não ficou compatível com a importância de ambas e com a legião de fãs que atraem.

Aliás, mudando um pouco o rumo da conversa, começo a destacar os pontos positivos do evento na minha humilde opinião. A participação da musa do Heavy Metal, a finlandesa Tarja Turunen, no show do Angra está entre eles, mesmo que a parte técnica, precária, tenha estragado a apresentação.

O rock nacional esteve bem representado no palco principal, a começar pelo show de abertura, com Paralamas do Sucesso e Titãs. Vale ainda destacar as participações de Skank, Jota Quest, Capital Inicial, Frejat, Detonautas e, fechando com chave de ouro a participação da música brasileira no festival, a cantora Pitty (que na minha humilde opinião é linda e maravilhosa...hehehe).

Os shows mais marcantes ficaram mesmo por conta das grandes atrações da música internacional. Ainda no primeiro final de semana foi a vez do Red Hot Chili Peppers. A apresentação de Stevie Wonder, na quinta-feira (4º dia do festival), também merece destaque, assim como System of a Donw, no último dia de Rock in Rio.

A apresentação do Guns N'Roses e do sempre polêmico Axl Rose foi especial. Não tanto pela performance do vocalista, que realmente deixou a desejar em alguns aspectos, mas pelo momento de ver uma das maiores bandas de rock do mundo, com um vocalista que tem seu nome marcado na história da música, se apresentando em solo brasileiro. O Guns e Axl não são mais o que eram há 20 anos, mas a apresentação continua emocionando com seus clássicos como "November Rain", "Sweet Child O' Mine", "Welcome To The Jungle", entre outros.

Entre todas as atrações do Rock in Rio 2011, eu destaco dois shows como os melhores. Em 2º lugar o show do Metallica, encerrando o 1º final de semana. Foi perfeito! A banda é lendária, os sucessos estavam todos lá, o público muito empolgado e a apresentação foi ótima.

Agora, o melhor de todos, o show que realmente me impressionou em todos os aspectos, foi o do Coldplay. A banda britânica esteve perfeita. Eu, que não era grande fã do trabalho do grupo, fiquei positivamente surpreso. 

A presença de palco dos caras é sensacional, principalmente do seu vocalista Chris Martin. Ele deitou, pulou, correu, pichou um "Rio" com um coração no lugar do "o", em um painel do palco, falou português, ou seja, esbanjou carisma. E musicalmente também não deixou por menos. A apresentação foi perfeita e empolgou muito o público presente, principalmente com sucessos como "Yellow", "The Scientist", "Clocks" e "Viva La Vida".

Enfim, apesar de não ter achado o evento perfeito, acho que tivemos muitas coisas boas, que merecem ser elogiadas. Foi legal ver, mesmo que de longe, shows de grandes nomes da música. Quem sabe em 2013, quando o evento volta a acontecer no Rio de Janeiro, eu possa me aventurar pela Cidade do Rock e viver esse festival de pertinho, com todas as emoções que ele pode proporcionar.

Enquanto isso, vou ficar por aqui ouvindo mais um pouquinho de Coldplay. Até a próxima! o/