domingo, 6 de novembro de 2011

Pra esquecer

Gerson acordou assustado. Estava deitado e o contato da luminosidade com os olhos fez com que a cabeça doesse. Levou a mão à testa e sentiu que estava com a cabeça enfaixada. Foi então que percebeu onde estava. Aquela sala branca e bem iluminada não passava de uma sala de pós-operatório. Olhou em volta e viu que era observado por pessoas de jaleco branco. "É, definitivamente eu to num hospital", pensou.

Uma das pessoas se aproximou e explicou ser uma das médicas que faziam parte da equipe que realizara o procedimento. Perguntou-lhe o nome, onde estava, sua idade, como se sentia. Perguntas que Gerson respondeu sem dificuldade alguma. A mulher então se afastou novamente.

Depois de alguns segundos observando a bela doutora, voltou a pensar na sua situação.

Ainda meio "grogue" procurou lembrar dos acontecimentos que o levaram até aquele local. Recordou-se da sua chegada, no dia anterior. Estava tão assustado quanto agora. Afinal, o procedimento pelo qual iria passar era totalmente novo e sem eficácia comprovada.

O método era revolucionário. Pelo menos assim foi tratado por toda mídia e pelos especialistas desde que foi noticiada sua criação. Assemelhava-se muito ao que é feito em computadores. Mas em um ser humano? Seria mesmo possível isso? Gerson duvidava muito, mas como estava desesperado, resolveu arriscar. "Situações extremas exigem medidas extremas", pensou ele, antes de decidir ser o primeiro ser humano a passar por tal procedimento.

Em poucos dias encontrou o contato do consultório da única médica brasileiro que fazia parte da equipe que desenvolveu o procedimento. Descobriu então os detalhes do método e concordou em assinar todos os termos possíveis que garantiam seu conhecimento sobre os riscos aos quais iria ser submetido. 

A data foi marcada e em poucos dias Gerson era intensamente assediado pela imprensa nacional. Afinal, seria o primeiro ser humano a passar pelo novo procedimento e justo um brasileiro. Queriam saber sua história, conhecer o homem que correria tal risco e, principalmente, o porquê de chegar a tal ponto. Participou de programas ao vivo, foi entrevistado por revistas, jornais, emissoras de televisão. Sua história virou um dos assuntos mais comentados em todo Brasil, quiçá do mundo.

Gerson havia virado uma celebridade. Não podia mais ir ao mercado, à farmácia, à padaria ou qualquer outro local sem causar tumulto. Todos queriam vê-lo, queriam conhecer o homem que iria arriscar a própria vida daquela forma. As pessoas pediam para tirar fotos com ele e até autógrafos já estava dando.

Ele já abria um pequeno sorriso lembrando das situações que viveu nos dias que antecederam o procedimento quando ouviu os passos firmes da doutora vindo em sua direção novamente. Olhou para o lado e viu a jovem de cabelos loiros se aproximando com um "meio sorriso" nos lábios.

- Vamos levá-lo para um quarto para que você possa descansar. E amanhã faremos os testes para ver se o procedimento funcionou. Tudo bem? - ela tinha um tom amigável.

Gerson apenas acenou positivamente com a cabeça e em poucos minutos estava sendo direcionado ao quarto.

Estava contente, apesar de ainda um pouco zonzo. Havia acordado, sinal que estava vivo, o que já era motivo para ficar aliviado. E além disso, todos os sentidos pareciam funcionar normalmente...

[CONTINUA]

2 comentários:

  1. Porra alemao! O que foi que aconteceu comigo que fui parar num hospital? Atè eu fiquei curioso...como nao lembro de nada provavelmente eu estava bebado...

    Cuidado pra nao ferrar com meu xarà aì po... abraço

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  2. hasuhashuahsa...

    bah manolo... nem liguei que o protagonista era teu xará... hahha...

    mas não vai se ferrar não...

    abraço ae!

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