Quando a gente entra para a faculdade, aquele mundo novo, cheio de expectativas, de experiências pela frente, de novidades, sempre temos aquele sentimento um tanto quanto juvenil, de querer mudar o mundo. Acho que deve acontecer com a maioria das pessoas e na maioria das profissões. No jornalismo então, nem se fala. Comigo não foi diferente. Comecei a estudar jornalismo com aquela ideia de fazer as coisas diferentes do "erros" de outros jornalistas.
Pois bem... nesses quatro anos de curso, mais de uma vez fui teimoso com os professores. Enquanto eles, no alto de suas experiências (de vida e profissional) falavam que vez ou outra o jornalista tinha que deixar seus conceitos de lado, eu defendia que não deixaria isso acontecer. Em uma das cadeiras do curso isso foi debatido com mais ênfase inclusive. Foi na cadeira de "Ética".
Mas mesmo com os argumentos deles, não deixava me convencer de que teria que ceder a certas coisas às vezes. Doce ilusão.
Hoje, estando no mercado de trabalho, percebo como fui tolo. Nós jornalistas, como todos os outros profissionais, estamos sob total domínio do sistema atual. Na verdade, eu culpo mesmo o capitalismo. Acho ele o maior culpado de tudo de ruim que vem acontecendo.
E na minha atuação profissional, ele interfere bastante. Quem disse que a censura acabou? Ela este é muito bem mascarada. E quando não é ela, disfarçada, que atrapalha o trabalho, entra em ação o capitalismo. O lado publicitário SEMPRE tem prioridade em relação ao informativo. Na verdade, acho que se os jornais fossem 90% publicidade, seria o mundo dos sonhos dos seus devidos proprietários. Quem se importa se os textos ficarão pobres, com informações pela metade ou pouco atrativos para os leitores? O importante mesmo é lucrar, lucrar e só lucrar.
Claro, não vou ser tolo também de achar que alguém começaria um negócio sem visar lucros. Isso é uma utopia ridícula. Mas custa se esforçar um pouco para valorizar o trabalho da gente? Poxa, eu estudei quatro anos, alguma coisa eu aprendi lá. Aprendo bastante no dia-a-dia também, mas às vezes acho que tudo que a gente aprende na faculdade não tem valor no mundo "real". Porque a questão financeira vem sempre em 1º lugar.
Isso pode até ser diferente em grandes veículos de comunicação, mas no interior é a dura realidade. Como mudar? Difícil dizer, porque o capitalismo está cada vez mais forte.
E esse texto ficou confuso demais já. Tudo culpa do capitalismo...hehe...
Acho que por hoje era isso...
Até a próxima!
Hehe, acredito que quando conviviamos na assessoria da Universidade, em alguns momentos tu deve ter visto como precisávamos engolir certas coisas em nome do mercado. Tudo para conseguir alunos, manter alunos lá. Mesmo que para isto fosse preciso abrir mão de nossos ideais e crenças. É... capitalismo selvagem e necessidade de pagar as contas rsrs.
ResponderExcluirAbraços
Fabi Machado
É verdade Fabi... mas a gente sempre guarda aquele sentimento do tipo: "quando for comigo, vou fazer diferente..."... é uma ilusão... hehe...
ResponderExcluirMas para pagar as contas, realmente temos que deixar as vezes nossas opiniões de lado, mas tem vezes que irrita demais... hehe...
obrigado pela audiência...
Abraço do Mr.!
O que você colocou aqui também aconteceu comigo. Pensava que tudo seria diferente comigo. Que ia fazer melhor. Que ilusão! Incrível como vivemos sufocados por causa do capitalismo. Tudo visa ao dinheiro. Não só no trabalho. Em qualquer ambiente social, infelizmente. O dinheiro parece ser o deus das pessoas. Um abraço!
ResponderExcluirExato, Lu...
ResponderExcluirTudo visa ao dinheiro... é a sociedade do capitalismo e das aparências, que na minha opinião, é um braço do capitalismo...
mas quem sabe um dia eu consigo me livrar um pouco dessas correntes... o sonho continua, mas tem vezes que dá raiva... hehe..
abraço!
E aeh meu! cara, essa foi uma questão levantada no mestrado: quando estamos na graduação é uma linha, no pós é outra. uma colega minha, professora de PP em SM, queria dicas para não passar essa visão mercantilista, de manipulação da mídia, para os alunos. de fato, é um choque. mas um livro bom sobre a profissão de jornalista é: jornalismo na universidade de columbia, de Joseph Pulitzer, e outro, que fala bem a real (dessa lógica de mercado irreversível) é Sobre a televisão, do Bourdieu. Ah, e sobre o comercial, na verdade o jornalismo já nasceu para fechar o espaço dos anúncios. Mas livros como os do Pulitzer e do Traquina dão um gás e um ânimo para não nos entregarmos e não abrirmos tanto as pernas para políticos e empresários cabeças duras. Ainda acho que há salvação para o jornalismo. E, aí já uma questão mais complexa, isso passa pela literatura. Faloww aeh maluco!
ResponderExcluirGrande Ritter... cara, que lista de livros hein... nada como ser um estudioso... hehe...
ResponderExcluirmas como tu deve saber, os empresários e políticos não querem nem saber... o negocio eh lucrar... e o que traz lucro são os anuncios... hehe...
valeu pela audiência...
Abraço!