Obs.: Caso você ainda não tenha lido a 1ª e/ou a 2ª parte dessa história, logo abaixo estão os links que levam a ambas.
Pra esquecer
Pra esquecer (continuação)
Depois de tomar o café da manhã, conforme recomendado, Gerson foi levado para uma sala pequena, onde seria explicado todo o processo pelo qual havia passado. Ali, sentado em uma cadeira estofada, o rapaz olhava desconfiado para o grupo de médicos a sua frente.
Pra esquecer
Pra esquecer (continuação)
Depois de tomar o café da manhã, conforme recomendado, Gerson foi levado para uma sala pequena, onde seria explicado todo o processo pelo qual havia passado. Ali, sentado em uma cadeira estofada, o rapaz olhava desconfiado para o grupo de médicos a sua frente.
Eles conversavam entre eles e olhavam para Gerson. Era claro que falavam dele e ele quase morria de curiosidade.
A Dra. Juliana, única brasileira na equipe, dirigiu-se a ele, finalmente.
- Bom Gerson, é um enorme prazer para a nossa equipe ver que você está tendo uma ótima recuperação. Até aqui, pelo que podemos ver, o procedimento saiu conforme planejado – falou ela, com o já corriqueiro tom amigável.
Gerson não perdeu tempo em questioná-la.
- Tá, mas e será que funcionou mesmo doutora? – estava impaciente, ainda mais depois do sonho que tivera.
- Bom, é o que vamos confirmar agora – afirmou a médica, virando-se para uma tela a sua frente, passando às explicações.
- Gerson, como você sabia, o método ao qual foi submetido é totalmente novo. Depois de muito tempo pesquisando e estudando possibilidades, encontramos uma forma de fazer algo semelhante ao que é feito quando se formata um computador. Nós formatamos o seu cérebro, as suas lembranças. – Ela fez uma pausa e perguntou se ele tinha alguma dúvida até o momento.
- Por enquanto não, doutora – respondeu rapidamente.
- Muito bem. Quando você nos procurou evidenciando o interesse em ser o primeiro a se submeter a esse procedimento, nós pedimos que você fizesse uma lista das memórias, das passagens da sua vida que queria apagar. Você lembra algum item da lista?
- Não sei bem ao certo, mas a princípio não.
- Bom, para tirarmos essa dúvida, vamos fazer um teste com você. Vamos passar aqui uma série de imagens. São lugares, acontecimentos e pessoas que estavam na sua lista, outras que não estavam porque você não queria esquecer e ainda muitas outras que nem sequer você tinha conhecimento.
- Tudo bem!
A médica voltou para junto dos demais componentes da equipe e deu início à apresentação. Ali, sentado no meio daquela pequena sala, Gerson ficou cerca de 30min vendo uma série de imagens. Quando reconhecia algo, apertava um botão.
Até então nada demais havia acontecido. Ele já tinha reconhecido parentes, amigos, sua formatura, momentos da infância, outros da adolescência e da vida adulta. Sua vida havia literalmente passado diante de seus olhos sem nenhum sobressalto até então.
Dos itens que não lembrava, nenhum havia causado algum tipo de surpresa ou estranhamento a ele. Os médicos acompanhavam tudo atentamente e já comemoravam o sucesso do procedimento. Da lista que tinham em mãos, dos itens que Gerson queria apagar da memória, nenhum tinha surtido efeito qualquer no jovem rapaz, mas ainda faltava o principal.
Foi então que tudo mudou. Lá estava ela novamente. A mesma jovem que Gerson havia visto em seu sonho. Ali, a poucos metros de distância, em uma imagem a sua frente, ela sorria para ele.
A confusão novamente tomou conta do jovem. Não sabia quem era, mas sentia as mesmas sensações causadas pelo sonho. Ficou agitado, a respiração ficou ofegante e o coração bateu acelerado. Gerson passou a apertar o botão freneticamente e tentou levantar da cadeira. Queria saber por que aquilo acontecia. Queria chegar perto da imagem. E naquela confusão toda, acabou desmaiando.
Ficou alguns minutos desacordado. Quando acordou, estava cercado pelos médicos. Procurou com os olhos pelo rosto amigável da Dra. Juliana. Quando finalmente a encontrou, o olhar e a expressão de decepção da médica já denunciavam o que havia acontecido.
No caso de Gerson, nas bastaria formatar apenas o cérebro. Era preciso formatar também o coração.
Oi Pedro, quase acertei o final, mesmo (rsrsr). Muito bom o conto, siga nos trazendo criações como esta. Parabéns! Abraço, Fabi Machado
ResponderExcluirGostei da história do Gerson!
ResponderExcluirMuito boa, Pedro! =)
A idéia de formatar o coração, quando necessário, até que é legal, mas a de formatar o cérebro já não seria uma coisa muito boa, na minha opinião. É bom nos lembrarmos das coisas pelas quais passamos, até mesmo as ruins, elas servem de exemplo. Ao esquecê-las correríamos o risco de repetir os mesmos erros no futuro. Não havendo erros, esqueceríamos, no mínimo, algum aprendizado.
Beijo;*
Oi Fabi... que bom que gostou...
ResponderExcluirmeio fantasioso demais né, mas faz parte... hehe
e realmente tu chegou perto mesmo no palpite... hehe
Abração!
Volte sempre!
Oi Érica... quanto tempo!
ResponderExcluirAnda sumida... espero que esteja tudo bem.
Pois tu tocou em um ponto interessante mesmo... dos erros servirem de aprendizado...
mas não necessariamente seriam apagadas ocasiões que consistissem erros...eu acho... vou pedir a lista do Gerson pra ele... hasuhaushuahsa
Valeu pela presença e pelo comentário!
Abração! =)