sexta-feira, 17 de julho de 2009

100 anos de rivalidade (1)


Aos sete anos de idade um dos objetos de desejo do garoto João Batista era um time de botão, pertecente ao seu tio, torcedor colorado. Certo dia este tio fez uma proposta ao menino. Ganharia todos os botões com uma condição: trocar de time. João Batista não teve dúvidas e respondeu: "Então o senhor pode ficar com os botões, porque eu vou continuar gremista".
Esta história representa bem o sentimento que João Batista Costa Saraiva, 50 anos, juiz de direito, nutre pelo tricolor. O amor ao Grêmio é tão grande, que hoje ele é cônsul do clube em Santo Ângelo. Quando solicitado a explicar o que sente pelo Grêmio, afirma: "Isso é uma trajetória de uma vida. É uma coisa de paixão e paixão não se explica, se sente".
Saraiva afirma que procura ir a todos os jogos do Grêmio em Porto Alegre, inclusive nos Gre-Nais. Apesar de admitir que a intolerância entre as torcidas esteja maior hoje em dia, acredita que o futebol de antigamente era mais violento que o atual. "Eu frequento estádio de futebol desde que eu tinha oito anos de idade. Acredito que o futebol se tornou muito mais civilizado. Eu sou de um tempo em que o campo de futebol era um espaço selvagem e hoje é um espetáculo, e evidente que um aglomerado de pessoas pode produzir algum conflito", afirma.
Questionado sobre um Gre-Nal que tenha marcado mais na memória, ele afirma ter vários confrontos inesquecíveis, mas destaca um em especial. O Gre-Nal de 1977, na decisão do campeonato gaúcho, vencido pelo tricolor com gol de André Catimba. "A década de 70 foi uma década colorada. E naquele ano o Grêmio montou um time espetacular, muito bem armado e aquela decisão foi épica. Ali se inaugurou uma nova era do Grêmio, que projetou nos anos 80 e 90 um período de mais de 20 anos de domínio do Grêmio no Rio Grande do Sul", salienta Saraiva, para depois completar que todo gremista da idade dele lembra deste jogo.
Em dia de jogo a camisa tricolor não pode faltar, além de sempre fazer o possível para ir ao estádio. João Batista Saraiva afirma ter camisetas do Grêmio de todas as épocas e chega a brincar que os objetos do clube e seus livros são os bens mais valiosos que possuiu. Mas o que tem dado orgulho especial a ele é a faixa do consulado, que é levada ao estádio em todos os jogos e pode ser vista por todos que vão ao estádio.
Saraiva acredita que o jogador mais importante do Grêmio hoje é o meia Tcheco e chega a fazer uma comparação sobre a importância dele no time com a de Riquelme no Boca Juniors.
Sem querer arriscar um placar para o clássico de amanhã, ele apenas afirma que o tricolor vai vencer bem e melhor ainda se for com um gol de Tcheco.

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