terça-feira, 14 de julho de 2009

Ficam as lembranças...as amizades...e o aprendizado...

Lembro-me do dia 3 de Março de 2006 como se fosse hoje. Saímos pela manhã cedo de Rosário. Eu, o Milton e meu primo José Cláudio, o Zé. O motivo da saída ter sido cedo era em virtude da viagem longa que teríamos pela frente. Cerca de 4 horas de estrada até Cruz Alta. Não era a primeira vez que estaria na cidade, que seria pelos próximos 4 anos minha cidade, pois já havia ido anteriormente para fazer a comprovação de documentos e matrícula, mas levava comigo um sentimento diferente, já que sabia que estava indo para ficar dessa vez.
A viagem foi cansativa, como bem sabíamos que seria, e por volta das 11h30 chegamos ao nosso destino. Como combinado, fomos até o local onde eu iria morar na cidade. Uma casa de estudantes, com nove quartos. Em pouco tempo descarregamos o carro e fomos para outros compromissos de cunho social. Meu avô aproveitaria a oportunidade para rever um velho amigo e foi com ele e sua esposa que fomos almoçar. O almoço transcorreu normalmente e depois de algum tempo voltamos ao "Condomínio Central", que era a denominação do lugar onde passaria a residir.
Enfim era chegado o momento. Depois de um breve descanso de meu avô, ele e meu primo se prepararam para sair rumo a Rosário novamente. Eu, meio que ainda sem entender o que representava, me despedi deles normalmente, como se eles fossem apenas fazer um passeio, mas não era o que ia acontecer. Depois que saíram é que pareceu cair a ficha. Ao me ver ali sozinho, entendi o passo que estava dando.
Estava em uma nova cidade, sem ninguém da família por perto e com o desafio de iniciar a faculdade no dia seguinte, algo que também representava a realização de um sonho. Estava assustado com a nova realidade, mas feliz por ter conseguido finalmente ingressar na universidade.
Lembro-me que em determinado momento, já dentro do quarto número 4 daquele prédio, entre as várias incertezas e certezas que passavam em minha cabeça, soltei um sonoro "Eu consegui...". E esta expressão representou bem o que sentia ali. Estava assustado, com medo por não saber direito o que estaria reservado para mim, mas feliz, realizado por estar onde queria. Não tanto pela cidade em si, mas prestes a cursar Jornalismo.
É! Realmente nem mesmo em minha fértil imaginação eu poderia sonhar com tudo que se passou ao longo destes 3 anos e 4 meses de estadia em Cruz Alta. Foi uma época de uma intensidade sentimental incrível. Cresci como pessoa. Me tornei mais responsável, mais senhor de mim. Me conheci como ainda não conhecia. Venci muitos medos, assim como descobri que tenho tantos outros. Aprendi muita coisa boa, assim como também algumas sem nenhuma utilidade em minha vida. Aprendi a Amar, mas infelizmente, como reflexo disso, aprendi a sofrer. Muita gente passou pela minha vida nestes 3 anos e 4 meses. Fiz novas amizades, que acredito sinceras, assim como algumas que sei que não são amizades verdadeiras. Com certeza vou levar em minha memória muita coisa boa deste tempo e também muitas experiências de vida, que espero que sejam úteis nessa nova empreitada.
Agora, exatamente 3 anos, 4 meses e 11 dias depois, eu volto a sentir aquilo que senti no dia 3 de Março de 2006. Acabo de me acomodar em uma casa de estudantes em Santo Ângelo e por aqui irei ficar por algum tempo. Novamente sinto-me assustado com a mudança, sem saber direito o que irá acontecer, mas também carrego comigo a felicidade de estar alcançando mais um objetivo em minha vida. Espero obter mais sucesso do que decepções e em breve estar alcançando mais objetivos, mais sonhos. Ah, e são muitos por realizar ainda...e pode ter certeza, amigo leitor. Mr Gomelli pode sofrer, pode chorar, pode se machucar, mas jamais desistirá de seus sonhos, justamente por ter sentido o gosto e a satisfação de vê-los realizados. De Cruz Alta, ficarão guardadas as lembranças, as experiências, as amizades e tudo que aprendi neste tempo.
Mas principalmente o aprendizado de que tudo na vida acontece por algum motivo e tudo tem seu tempo. Nós, com nossa ansiedade, nossa vontade de dar o passo maior que a perna, queremos fazer as coisas de forma atropelada e é aí que muitas vezes nos machucamos. Podemos sim ter nossos objetivos e nossos sonhos, mas temos que saber que não será fácil alcançá-los e que não devemos desistir nas primeiras adversidades. É preciso lutar. É preciso haver superação, pois esta superação será recompensada.

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