quinta-feira, 30 de julho de 2009

Tcheco é raça tricolor




Há muito tempo que acompanho o futebol. Sou apaixonado por esportes e já escrevi isso, aqui mesmo, em outros textos. Também não é segredo meu amor pelo Grêmio.
Pois bem, a cada dia a grande mídia noticia novas transações milionárias, envolvendo alguns jogadores de renome e grande qualidade e outros nem tanto. Aqui no Brasil então isso é ainda mais comum, até porque nosso futebol é um dos grandes formadores de bons jogadores, fato que atrai as potências europeias, que sempre vem em busca de novos craques. Em uma época onde o dinheiro faz muita diferença, fica quase impossível para qualquer clube manter um certo jogador por um período de tempo maior.
Também não podemos criticar os atletas por aceitarem as transferências, pois todos almejam melhorar suas vidas, bem como de seus familiares. Também é conhecido que muitos dos jogadores vem de famílias pobres, aumentando ainda mais o desejo e até mesmo a necessidade de melhorarem sua condição financeira.
Dito isso, chego ao ponto que quero tocar com este texto. Sou fã em especial de um jogador do Grêmio. O nome dele é Anderson Simas Luciano, de 33 anos. Não conhece? Nunca ouviu falar? Sim, porque para o público em geral ele é simplesmente Tcheco, capitão da equipe tricolor.
Tcheco é paranaense. Surgiu para o futebol no Párana Clube e já rodou por uma boa quantidade de clubes, com destaque para o Coritiba e Santos, além do próprio Grêmio.
Se bem me lembro, quando da sua chegada ao tricolor, em 2006, veio com uma certa desconfiança, até mesmo pelo fraco desempenho no Santos e por estar vindo de um clube da Arábia Saudita, o Al Ittihad. Apesar do "pé atrás" da torcida, em pouco tempo ele se tornou um dos principais jogadores do grupo que conquistou vaga para a Libertadores do ano seguinte. Em 2007 voltou a se destacar na disputa da própria competição, além de seguir como um dos líderes do time.
Além da competência dentro de campo, Tcheco foi sendo absorvido neste período por todo sentimento que um gremista sente pelo clube. Ao fim de 2007 uma nova proposta do clube árabe o levou de volta, mas deixou a promessa de retornar ao tricolor e assim o fez. Meio ano depois de sair, Tcheco fez questão de voltar.
Desde então, reforça em cada declaração seu carinho pelo clube. Não tem problema nenhum em se mostrar feliz no estádio Olímpico. Mas ultimamente o capitão vem sofrendo duras críticas. Parte da torcida não vem gostando de suas atuações e vem pegando no pé dele. O ápice das críticas veio com a criação de um site, especialmente dedicado a pedir a saída do capitão. É o saitcheco.com.
Absurdo isso! Onde encontramos hoje em dia jogador que demonstra carinho sincero por um clube de futebol como Tcheco pelo Grêmio? Onde se vê um atleta comemorar tanto um gol como ele comemora sempre que o Grêmio marca? Ele pula e vibra como um torcedor comum, não seguindo a característica da maioria dos jogadores. No Gre-Nal dos 100 anos, ao sair para o intervalo, respondeu como um gremista responderia à uma pergunta de um repórter. Queria ver o time com mais vontade de ganhar, pressionando o adversário, afinal, se tratava de um Gre-Nal.
Tcheco foge dos discursos prontos. Mostra sinceridade quando fala e um profissionalismo exemplar. É inadmissível que alguns torcedores (?) tenham escolhido ele para fuzilar com suas críticas infundadas. Tcheco continua sendo o maestro do Grêmio. Pode não apresentar um futebol de luxo muitas vezes, mas nunca deixa de jogar com raça e dedicação. E acima de tudo, demonstra um carinho pelo clube, que é raro hoje em dia no mundo do futebol.
Eu sou fã do Tcheco, como jogador de futebol e como pessoa.
Quero ainda vê-lo levantando uma taça com o manto sagrado, para se eternizar de vez no clube. E começo desde já a campanha: "Tcheco na calçada da fama do Grêmio já".
Enfim, força ao nosso capitão e que ele tenha em mente que, como o próprio site criado contra ele demonstrou, a maioria da nação tricolor está ao seu lado e torcendo por ele e pelo Grêmio.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Dia do amigo? nem vem...

Então diz que hoje é o tal do dia do amigo. Tudo bem! Eu até recebi algumas mensagens no msn e no orkut referente a tal data e aceitei numa boa, até mesmo para não ser mal educado, mas com certeza quem esperava de mim um "ah, obrigado, pra você também..." ou algo no tipo, com certeza se decepcionou. Não que estas pessoas não sejam amigas ou que não me importe com elas, mas é que realmente não concordo com este tipo de data. Porém, veja bem, não quer dizer que em algum momento da vida eu nunca tenha me aproveitado de alguma data dessas para agradar alguém. É óbvio que já aconteceu, mas acho que quando é no dia-a-dia é muito mais especial. Soa mais espontâneo, entende?
Voltemos a falar no dia de hoje, intitulado dia do amigo. Você com certeza ficou mandando mensagem para seus amigos, parabenizando pela data e recebendo respostas no mesmo tom. Na verdade, a maioria das pessoas fez isso. Mas aí pare e se pergunte. Quantas dessas pessoas fazem isso no dia-a-dia? Quantas das pessoas, que se dizem suas amigas, param em um dia qualquer, olham nos seus olhos e agradecem por sua amizade ou simplesmente o premiam com um gesto amigo? Não tenho a menor dúvida que a minoria teria pessoas assim em sua vida ou tem atitudes como essa. E não estou falando que sou diferente. Não mesmo. Também cometo este equivoco de não valorizar os amigos e só o faço em uma data apontada por alguém para isso.
Na verdade nem é uma desvalorização, pois acho que todos valorizamos as verdadeiras amizades, que por sinal são raras, mas é que não demonstramos isso. Mas hoje, porque alguém um dia disse que dia 20 de Julho era o dia do amigo, aí todo mundo lembra daquela pessoa que é especial e lá vai ela dar o "feliz dia do amigo fulano...". Muitas vezes, nunca disse para a pessoa que considerava-a como um amigo, mas nesse dia, ah não, nesse dia eu lembrei de você...hipocrisia...
Enfim, "Dia do amigo" é aquele dia que você e seu amigo estão juntos, seja para comemorar as vitórias ou para chorar as derrotas. Quando vocês estão juntos, apenas por estar, por gostar da companhia. Quando você precisa desabafar e aquela pessoa que você tem por amiga, está ali, pronta para ouvir e ajudar. Quando você estende a mão para seus amigos, seja literalmente ou não. Quando vocês cansam de falar tanta bobagem juntos, não aguentam mais rir e quando param e se olham o que sai é uma gargalhada só. Porque? Porque você se diverte com seus amigos e isso faz você ser feliz. Nossa... e que saudade dos meus amigos da adolescência... joninha, die, dion, nei... aqueles são mais que amigos, são irmãos... e era assim que eu me sentia com eles... feliz e certo de poder contar com cada um quando precisasse e a mesma coisa do contrário.
Dia do amigo é quando o verdadeiro sentido da amizade aflora em nossas atitudes diárias. A cumplicidade, o carinho, a compreensão e as broncas também. Porque amigo não é aquele que só afaga, mas também aquele que sabe a hora de dizer o que tem que ser dito, para ajudar a pessoa querida.
Enfim, caro leitor, dia do amigo é quando a amizade se faz presente e não em alguma data que alguém escolheu por algum motivo qualquer. Comemore suas amizades todos os dias, mas as verdadeiras, pois no dia que você realmente precisar de alguém, só os verdadeiros amigos estarão ao teu lado e falo isso por experiência própria.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

100 anos de rivalidade (3)


Hoje é um dia especial para as duas maiores forças do futebol do Rio Grande do Sul. Há exatos 100 anos nascia uma das maiores rivalidades esportivas do Brasil e até mesmo do mundo. No dia 18 de Julho de 1909, Grêmio e Internacional se enfrentaram pela primeira vez e de lá para cá, os dois clubes cresceram muito e muito desse crescimento deve-se à rivalidade.
O primeiro jogo entre Grêmio e Inter foi muito mais uma festividade do que um clássico. O Grêmio Foot-Baal Porto Alegrense, já com quase seis anos de fundação, fora desafiado por um novo time da cidade de Porto Alegre, o Spor Club Internacional. Até mesmo pelo fator experiência, o resultado não poderia ter sido muito diferente do que foi: Grêmio 10 x 0 Inter. A partida foi realizada no Estádio da Baixada e o primeiro gol da história do clássico foi do atacante Booth. Depois do jogo os dois times ainda foram confraternizar em um baile, demonstrando bem que a rivalidade ainda não se fazia presente.
Mas em 1915 isso começou a mudar. Em um novo embate, o Inter vence pela primeira vez, pelo placar de 4 a 1 e então nasce uma rivalidade.
De lá para cá o clássico e a rivalidade só fez crescer. São jogos memoráveis, ídolos eternos e heróis nos dois lados. A competitividade entre ambos, talvez seja o fator que fez com que os dois clubes tenham crescido tanto, sempre um querendo estar a frente do outro. E graças a esta rivalidade, hoje temos aqui no estado dois clubes campeões do mundo e duas das maiores forças do futebol do país e reconhecidos mundialmente.
Amanhã Grêmio e Inter irão se encontrar mais uma vez. O jogo no estádio Olímpico, casa do tricolor, vale pela 12ª rodada do Brasileirão 2009, mas para a maioria dos apaixonados torcedores da dupla, o Gre-Nal é um campeonato a parte, que vale até mesmo mais do que alguns títulos.
O Grêmio aposta no fator local para vencer o clássico. Sem poder contar com Thiego e Léo suspensos, Paulo Autuori ainda busca alternativas para formar a defesa do tricolor. Joílson e Rafael Marques são os favoritos para entrar no time. No ataque tricolor a dúvida era entre o argentino Herrera, e Jonas, mas no treino de ontem ficou definido que Herrera sai jogando.
No Inter o técnico Tite também tem problemas para escalar a equipe. Magrão e D’Alessandro suspensos não jogam. O volante Sandro deve voltar à equipe na vaga de Magrão e Andrezinho deve seguir no lugar de D’Alessandro. Outra dúvida do treinador colorado é em relação ao esquema de jogo. O 3-5-2 deu resultado contra o Fluminense, mas o técnico tem preferência pelo 4-4-2.
O Grêmio está há sete Gre-Nais sem vencer o maior rival. A última vitória foi em Setembro de 2007, pelo brasileirão daquele ano. Este ano foram três confrontos com três vitórias coloradas, todas pelo mesmo placar: 2 a 1.
O Gre-Nal dos 100 anos é o de número 377. A arbitragem será de Leonardo Gaciba. A partida de amanhã inicia às 16h.

100 anos de rivalidade (2)


O empresário João Veiga, 49 anos, é daquele tipo de torcedor que costumamos chamar de fanático pelo seu time do coração. Ele mesmo comprova isso ao afirmar que "o Sport Club Internacional faz parte da minha vida 24 horas por dia". E ele não está mentindo. No seu escritório a decoração é toda composta por quadros das conquistas do Internacional e uma cor é proibida: o azul do Grêmio.
Mas a verdadeira comprovação da paixão de Veiga pelo Inter está no seu apartamento. O imóvel tem dois andares e por onde olhamos encontramos objetos relacionados ao clube. No segundo piso a decoração é exclusivamente alvi-rubra. Vai desde a cor do sofá até os objetos do banheiro, passando até mesmo pelo teto da sala. Tudo em vermelho e branco e com o escudo do Internacional em destaque.
O amor do empresário pelo clube influencia inclusive no humor de Veiga no dia-a-dia no trabalho. "Quando o Inter ganha eu venho trabalhar com alegria. Mas quando perde eu sofro muito. Mas atualmente, na segunda-feira, quando eu venho trabalhar, a coisa que eu mais sinto alegria é ver a classificação do meu time", afirma o colorado com um sorriso de satisfação na face, já que o Inter ocupa as primeiras colocações na tabela do brasileirão.
Ele afirma que o clássico mais marcante para ele foi o Gre-Nal do século, disputado em 1989. "Eu estava assistindo esse jogo e o Inter estava perdendo por 1 a 0 e teve um jogador expulso. Mas o Inter ainda reverteu o resultado e nós ganhamos por 2 a 1", lembrou.
João Veiga tem uma opinião clara quanto à rivalidade. Segundo ele deve haver respeito entre as torcidas e aqueles que ofendem não podem ser considerados torcedores. "Eu não considero como torcedor quem vai ao estádio ou a um bar pensando em ofender moralmente o torcedor do outro time. Esse não é torcedor. É isso que está afastando muita gente do estádio", afirma o torcedor colorado, completando que "a rivalidade deve existir, mas de forma sadia. Deve existir uma corneta sadia, pois os clubes dependem um do outro".
Supersticioso, ele afirma que segue um ritual em todos os jogos. "Eu uso uma camiseta e se o Inter vence eu sigo usando até perder. Quando perde eu troco a camiseta porque aquela já está dando azar", afirmou João Veiga.
Entre tantos objetos do Internacional, ele sente dificuldade em destacar um em especial, mas é notório o carinho por tudo que leve o símbolo do clube.
Sobre a importância do Gre-Nal ele é enfático. "Perder o Gre-Nal e ganhar o campeonato perde a graça. O Gre-Nal é um campeonato à parte. É praticamente mais importante ganhar o Gre-Nal", afirma.
Esperançoso no time, João Veiga arrisca até o placar para amanhã. "3 a 1 com dois gols do Taison e um do Nilmar".

100 anos de rivalidade (1)


Aos sete anos de idade um dos objetos de desejo do garoto João Batista era um time de botão, pertecente ao seu tio, torcedor colorado. Certo dia este tio fez uma proposta ao menino. Ganharia todos os botões com uma condição: trocar de time. João Batista não teve dúvidas e respondeu: "Então o senhor pode ficar com os botões, porque eu vou continuar gremista".
Esta história representa bem o sentimento que João Batista Costa Saraiva, 50 anos, juiz de direito, nutre pelo tricolor. O amor ao Grêmio é tão grande, que hoje ele é cônsul do clube em Santo Ângelo. Quando solicitado a explicar o que sente pelo Grêmio, afirma: "Isso é uma trajetória de uma vida. É uma coisa de paixão e paixão não se explica, se sente".
Saraiva afirma que procura ir a todos os jogos do Grêmio em Porto Alegre, inclusive nos Gre-Nais. Apesar de admitir que a intolerância entre as torcidas esteja maior hoje em dia, acredita que o futebol de antigamente era mais violento que o atual. "Eu frequento estádio de futebol desde que eu tinha oito anos de idade. Acredito que o futebol se tornou muito mais civilizado. Eu sou de um tempo em que o campo de futebol era um espaço selvagem e hoje é um espetáculo, e evidente que um aglomerado de pessoas pode produzir algum conflito", afirma.
Questionado sobre um Gre-Nal que tenha marcado mais na memória, ele afirma ter vários confrontos inesquecíveis, mas destaca um em especial. O Gre-Nal de 1977, na decisão do campeonato gaúcho, vencido pelo tricolor com gol de André Catimba. "A década de 70 foi uma década colorada. E naquele ano o Grêmio montou um time espetacular, muito bem armado e aquela decisão foi épica. Ali se inaugurou uma nova era do Grêmio, que projetou nos anos 80 e 90 um período de mais de 20 anos de domínio do Grêmio no Rio Grande do Sul", salienta Saraiva, para depois completar que todo gremista da idade dele lembra deste jogo.
Em dia de jogo a camisa tricolor não pode faltar, além de sempre fazer o possível para ir ao estádio. João Batista Saraiva afirma ter camisetas do Grêmio de todas as épocas e chega a brincar que os objetos do clube e seus livros são os bens mais valiosos que possuiu. Mas o que tem dado orgulho especial a ele é a faixa do consulado, que é levada ao estádio em todos os jogos e pode ser vista por todos que vão ao estádio.
Saraiva acredita que o jogador mais importante do Grêmio hoje é o meia Tcheco e chega a fazer uma comparação sobre a importância dele no time com a de Riquelme no Boca Juniors.
Sem querer arriscar um placar para o clássico de amanhã, ele apenas afirma que o tricolor vai vencer bem e melhor ainda se for com um gol de Tcheco.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Ficam as lembranças...as amizades...e o aprendizado...

Lembro-me do dia 3 de Março de 2006 como se fosse hoje. Saímos pela manhã cedo de Rosário. Eu, o Milton e meu primo José Cláudio, o Zé. O motivo da saída ter sido cedo era em virtude da viagem longa que teríamos pela frente. Cerca de 4 horas de estrada até Cruz Alta. Não era a primeira vez que estaria na cidade, que seria pelos próximos 4 anos minha cidade, pois já havia ido anteriormente para fazer a comprovação de documentos e matrícula, mas levava comigo um sentimento diferente, já que sabia que estava indo para ficar dessa vez.
A viagem foi cansativa, como bem sabíamos que seria, e por volta das 11h30 chegamos ao nosso destino. Como combinado, fomos até o local onde eu iria morar na cidade. Uma casa de estudantes, com nove quartos. Em pouco tempo descarregamos o carro e fomos para outros compromissos de cunho social. Meu avô aproveitaria a oportunidade para rever um velho amigo e foi com ele e sua esposa que fomos almoçar. O almoço transcorreu normalmente e depois de algum tempo voltamos ao "Condomínio Central", que era a denominação do lugar onde passaria a residir.
Enfim era chegado o momento. Depois de um breve descanso de meu avô, ele e meu primo se prepararam para sair rumo a Rosário novamente. Eu, meio que ainda sem entender o que representava, me despedi deles normalmente, como se eles fossem apenas fazer um passeio, mas não era o que ia acontecer. Depois que saíram é que pareceu cair a ficha. Ao me ver ali sozinho, entendi o passo que estava dando.
Estava em uma nova cidade, sem ninguém da família por perto e com o desafio de iniciar a faculdade no dia seguinte, algo que também representava a realização de um sonho. Estava assustado com a nova realidade, mas feliz por ter conseguido finalmente ingressar na universidade.
Lembro-me que em determinado momento, já dentro do quarto número 4 daquele prédio, entre as várias incertezas e certezas que passavam em minha cabeça, soltei um sonoro "Eu consegui...". E esta expressão representou bem o que sentia ali. Estava assustado, com medo por não saber direito o que estaria reservado para mim, mas feliz, realizado por estar onde queria. Não tanto pela cidade em si, mas prestes a cursar Jornalismo.
É! Realmente nem mesmo em minha fértil imaginação eu poderia sonhar com tudo que se passou ao longo destes 3 anos e 4 meses de estadia em Cruz Alta. Foi uma época de uma intensidade sentimental incrível. Cresci como pessoa. Me tornei mais responsável, mais senhor de mim. Me conheci como ainda não conhecia. Venci muitos medos, assim como descobri que tenho tantos outros. Aprendi muita coisa boa, assim como também algumas sem nenhuma utilidade em minha vida. Aprendi a Amar, mas infelizmente, como reflexo disso, aprendi a sofrer. Muita gente passou pela minha vida nestes 3 anos e 4 meses. Fiz novas amizades, que acredito sinceras, assim como algumas que sei que não são amizades verdadeiras. Com certeza vou levar em minha memória muita coisa boa deste tempo e também muitas experiências de vida, que espero que sejam úteis nessa nova empreitada.
Agora, exatamente 3 anos, 4 meses e 11 dias depois, eu volto a sentir aquilo que senti no dia 3 de Março de 2006. Acabo de me acomodar em uma casa de estudantes em Santo Ângelo e por aqui irei ficar por algum tempo. Novamente sinto-me assustado com a mudança, sem saber direito o que irá acontecer, mas também carrego comigo a felicidade de estar alcançando mais um objetivo em minha vida. Espero obter mais sucesso do que decepções e em breve estar alcançando mais objetivos, mais sonhos. Ah, e são muitos por realizar ainda...e pode ter certeza, amigo leitor. Mr Gomelli pode sofrer, pode chorar, pode se machucar, mas jamais desistirá de seus sonhos, justamente por ter sentido o gosto e a satisfação de vê-los realizados. De Cruz Alta, ficarão guardadas as lembranças, as experiências, as amizades e tudo que aprendi neste tempo.
Mas principalmente o aprendizado de que tudo na vida acontece por algum motivo e tudo tem seu tempo. Nós, com nossa ansiedade, nossa vontade de dar o passo maior que a perna, queremos fazer as coisas de forma atropelada e é aí que muitas vezes nos machucamos. Podemos sim ter nossos objetivos e nossos sonhos, mas temos que saber que não será fácil alcançá-los e que não devemos desistir nas primeiras adversidades. É preciso lutar. É preciso haver superação, pois esta superação será recompensada.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Você tem um sonho?

Esta noite eu estava assistindo TV, mais precisamente a MTV, que naquele momento reprisava o memorial em homenagem a Michael Jackson. Contavam a história de vida do astro e algumas pessoas faziam declarações sobre Rei do Pop. Estava tranquilo, assistindo até com um certo desinteresse ao espetáculo criado, quando um dos convidados a subir ao palco começou a falar que Michael foi alguém que sempre correu atrás de seus sonhos e os realizou. Foi aí que tive um estalo e comecei a refletir sobre os sonhos que temos em nossas vidas e sobre como é bom quando conseguimos realizá-los.
Não me lembro ao certo o dia em que resolvi fazer a faculdade de jornalismo. Sei que foi ainda muito jovem. E lembro bem que quando me decidi por esta profissão, vislumbrei trabalhar com aquilo que talvez seja minha maior paixão: esportes.
Foi difícil chegar até aqui. E muitas vezes no caminho cheguei a pensar em desistir. O primeiro obstáculo foi o vestibular, a entrada na universidade. Não foi fácil. Penei. Cheguei a duvidar se era capaz, mas consegui, depois de dois anos consegui.
Já na faculdade, o início foi ótimo. Logo estava estagiando na TV da universidade, pegando uma experiência que sabia que iria ser importante e que hoje vejo que estava certo. Mas com o passar do tempo, observando os veteranos e o perfil dos acadêmicos do curso, comecei a me sentir meio deslocado. Estava entre pessoas desinibidas. Todos muito falantes, muito extrovertidos e eu com meu jeito quieto, muito tímido, comecei a questionar se estava no curso certo. Cheguei a definir: terminaria o curso, por estar no fim já, mas logo em seguida faria outro, pois não queria mais atuar como jornalista.
Mas aí veio a vida. Ela gosta de nos surpreender, esta danada. Quando eu menos esperava surgiu uma proposta de emprego. Um jornal de boa qualidade me convidou para trabalhar na editoria de esportes deles. Tudo que eu sonhei. Trabalhar com impresso e com esportes. Incrível! Parecia um emprego feito sob medida para mim.
Confesso que titubiei um pouco, pois existe sempre o medo da mudança, como escrevi em outro texto, mas aceitei. Estou firme, trabalhando no que sonhei para mim e com possibilidade de crescimento profissional.
Agradeço a Deus por ter me dado sobriedade para não ter desistido, pois agora vejo que todo o esforço poderá ser recompensado. É muito bom conquistar os objetivos que almejamos!
Este com certeza não é o único sonho que tenho na minha vida. Tenho muitos outros, mas agora me sinto mais forte para correr atrás e realizá-los também. E digo para você que está lendo este texto agora. Não desista dos teus sonhos e se por acaso não conseguir realizar algum, não se dê por vencido. Mais cedo ou mais tarde sua luta será recompensada e você verá que nada foi em vão. Tudo que acontece em nossas vidas deve ser aproveitado para o bem. Mesmo o que acontece de ruim, devemos saber aproveitar, tirando um ensinamento.
Portanto, amigo leitor, você tem um sonho?
Quantos sonhos você já realizou?
Se a resposta para estas duas perguntas forem "sim" e "alguns", respectivamente, não desista. Você verá que vale a pena. Verá como é boa a sensação de poder falar: Eu sonhava com isso, lutei e hoje eu conquistei!
É sensacional!