segunda-feira, 16 de agosto de 2010

É tudo sobre ser humano e não rôbo!

Dia desses estava refletindo sobre certas coisas e cheguei a uma conclusão: eu não gosto dessa "robotização" que nos é imposta dia após dia, em qualquer lugar que vamos. Agora deixa ver se eu consigo explicar isso para vocês.
Bom, o primeiro ponto é explicar o que eu entendo por "robotização". Pelo que sei, os robôs são programados, não têm vontade própria, não tomam decisões. Tudo que fazem foi inserido no seu mecanismo por quem os projetou e esta mesma pessoa determinou os seus atos. Ou seja, são programados.
Onde quer que estejamos, vai haver aspectos na nossa vida, que podem ser robotizados. Muitos estão ligados apenas a nossa rotina e também à forma de vida do lugar onde nos encontramos. Mas muitos destes processos estão em todo e qualquer lugar, motivados por certos modernismos que vemos por aí.
Eu moro em uma cidade pequena, se comparada às grandes metrópoles. Tenho aqui uma rotina até certo ponto tranquila. Minha vida aqui tem sim alguns aspectos robotizados. Como sou funcionário de uma empresa, cinco dias por semana eu faço a mesma coisa. Isso quer dizer que de manhã e de tarde, eu vou até este local no mesmo horário diariamente e faço basicamente as mesmas coisas. É uma rotina, o que ao meu modo de ver, não deixa de ser uma ação robotizada. Faço isso pelo mesmo motivo que outras pessoas fazem, pois precisamos obter recursos para pagar pelas coisas básicas da nossa vida, além de algumas não tão básicas assim, obviamente. Pois bem...
Aqui na cidade onde moro, as pessoas têm alguns hábitos em comum. Acho que isso é normal em toda cidade, até porque nas outras onde morei, também existiam coisas do tipo. Vou dar um exemplo do que acontece aqui. A cidade tem uma praça muito famosa, ou como chamam, o Centro Histórico. Um lugar amplo e realmente bonito. Por isso mesmo, atrai muitas pessoas nos horários de folga. O que acontece ao meu ver, é que boa parcela da população está robotizada por isso. Todo domingo, ou feriado, em determinada hora da tarde, elas se dirigem para este local para conversar, ver o movimento e cevar um bom chimarrão (o que não deixa de ser uma robotização para nós gaúchos). É um hábito, é uma mania, mas quando se torna algo comum a todos os domingos, é uma robotização. Como se estas pessoas estivessem programadas para ir lá todo o domingo e se não forem é porque algo está muito errado.
Vamos para outro exemplo. Eu sou uma pessoa jovem. Tenho meus 23 anos. O que acontece é que não sou muito de festas. Claro, como qualquer outra pessoa tenho os dias que estou com vontade de ir a festas, mas nem sempre. Porém, parece que as pessoas na minha idade estão robotizadas. Perdi as contas de quantas vezes já li ou recebi como resposta algo do tipo: "Hoje é sexta-feira, é dia de ir para a balada" ou "Pô, é sábado, tem que fazer festa". Vejam vocês. Esta é outra robotização. Por que tem que ser toda sexta e sábado a mesma coisa? Tudo bem, os argumentos de gostar de dançar, de diversão e outras coisas, são todos válidos. Mas não pode se tornar uma obrigação. A pessoa não está tão a fim assim, mas como é sexta-feira (sábado), nem imagina ficar em casa. Parecem estar programados para fazer isso e sendo assim, estão robotizados.
Outra coisa que me deixa incomodado é essa necessidade de colocar o sexo a frente de quase tudo. Não vou ser louco de dizer que não gosto de sexo, porque acho que quem experimenta, normalmente gosta. É bom realmente, mas qual a necessidade de tornar isso uma prioridade? O que se vê muito por aí são pessoas que se conhecem na balada ou em qualquer outro lugar, e antes mesmo de manter uma conversa um pouco mais séria, já partem logo para a transa. Se tornou algo normal. Hoje parece meio que uma obrigação. Você conhece alguém, se interessa pela pessoa, o próximo passo é conseguir transar com ela.
Poxa, o sexo é bom, mas eu acho ele muito melhor quando é com alguém que eu realmente conheço e gosto. E isso é impossível de se descobrir em um ou dois encontros. Qual o problema com o romantismo? Onde está o problema em você realmente conhecer e gostar de alguém para então evoluir a relação a tal ponto? Estamos sendo robotizados por este modernismo. O sexo vem antes do sentimento. Na verdade, quanto menos sentimento, melhor. 
E por estes exemplos, além de outros vários, que eu sou contra essa robotização. Eu sou um ser humano. Alguém capaz de refletir, pensar, tomar decisões, determinar coisas que eu gosto e que eu não gosto. Não posso me prender a certos hábitos. Nem todo o domingo eu quero fazer a mesma coisa. Minhas horas de folga, devem ser exploradas de acordo com meu estado de espírito, de acordo com as minhas vontades. Um dia eu posso querer tomar chimarrão na praça, na outra semana minha vontade pode ser ir ao cinema, na outra, ficar em casa vendo TV, brincando com os cachorros.
Não é só porque eu sou jovem que eu preciso sair todo o final de semana e encher a cara, com aquelas músicas altas nos ouvidos. Eu posso querer ficar em casa, eu devo me permitir outras opções, eu tenho que fugir da robotização.
Não é só porque se quebrou muitos tabus envolvendo sexo, que o mundo deve ser tomado por este liberalismo todo. Nem tão pouco por isso, o romantismo deve ser deixado de lado. Eu quero conhecer alguém sem precisar ter que transar com esta pessoa logo de cara, para não ser taxado de viado, ou de burro, ou outros adjetivos pejorativos. Não quero transar na noite do 1º encontro só porque a modernidade determina isso. "Ah não, nós somos jovens, solteiros, nos conhecemos agora, então só por isso a gente tem que transar". NÃO!
Eu não quero essa robotização pra mim. Eu sou um ser humano, não um rôbo. 
E eu descobri o quanto sou contra essa robotização, refletindo sobre as minhas ações. Percebi, obviamente, que sou minoria. Mas também não quer dizer que eu estou errado ou que a maioria que aceita a robotização está certa. Apenas não me deixo contaminar por isso. E chegando a esta conclusão me senti bem. Afinal, cada um acredita naquilo que quer. Cada um age conforme pensa ser certo. Por que isso? Porque nós não somos rôbos, caramba!

Um abraço e até a próxima!

10 comentários:

  1. Na verdade fugir da robotização como diz é algo improvavel e meio impossível até, você escolheu ficar em casa as invés de ir pra balada, ok, milhõe s de pessoas fizeram o mesmo. Você vai ao supermercado fazer comprar como mais milhões de pessoas e enxerga o sexo de uma forma diferente como outros milhões, entende? Na verdade ser diferente é normal, o que temos que fazer mesmo é como disse, não fazer só porque os outros fazem, ser diferentes na nossa essencia, como na verdade nós já somos, mas deixar isso aflorar, não se conformar. É o que temos e podemos fazer.

    Beijos
    Bom texto!

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  2. Olá Mr. Gomelli,

    Vim aqui parar porque sou amiga da Laura do Resteas e gostei das suas palavras. Tenho 2 filhos, o mais novo festejou os seus 25 anos há 3 dias e encontrei nas suas palavras alguma maneira dele pensar. Também fez uma licenciatura em comunicação social mas depois foi para a publicidade e é "junior creative". O trabalho dele não tem nada de robotização !
    Acho que toda a vida tem rotina e é esta que dá harmonia e equilíbrio na vida. Não quer dizer que não se deva quebrar esta rotina de vez em quando. Agora a rotina não tem nada a ver com a robotização, pelo menos é a minha opinião. Eu gosto da minha vida estável mas também gosto de mudanças, de surpresas (e os que me amam o sabem...) mas tenho 2 rotinas - que não considero rotinas porque as faço por gostar de fazê-la sem obrigação - :
    1)ir à missa normalmente ao Domingo mas se não der, vou ao sábado ou até não vou se não é possível.
    2)ir almoçar fora no Domingo porque é o meu dia de descanso mas não é sempre no mesmo restaurante.
    Gosto muito de mudanças : de vez em quando mudo de penteado, de estilo de roupas (mas sempre adequadas à minha idade que também acho importante !), dou voltas aos armários, aos moveis e aos bibelots em casa, de sítios onde passar férias, de alimentação, etc...
    Não desejo fazer mudanças no meu casamento de 36 anos porque não o considero uma rotina, há sempre surpresas porque ainda há vontade de agradar um ao outro.
    Desejo que encontre o amor que seja digno de si, Mr Gomelli !

    Verdinha

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  3. Olá Marina. Bom recebê-la por aqui mais uma vez.

    Então, como disse, existem alguns aspectos da vida que são realmente robotizados. Mas creio que muitos não precisam ser. Óbvio que eu vou ao mercado, mas nao preciso fazer isso sempre no mesmo dia, mesmo horário. É mais ou menos como falei ali... fazer as coisas quando parecer certo fazer... e como bem acrescentou, não só por que outros estão fazendo...

    enfim... obrigado pela visita, moça!

    Abraços do Mr.!

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  4. Ola Verdinha...seja muito bem vinda aqui no blog. Já tinha conferido seus comentários no blog da Laurinha... bom te receber por aqui... seja bem vinda e volte sempre... hehe...

    sobre o tema, realmente acho que algumas rotinas fazem parte de nossa vida. Mas como coloquei ali, podemos e devemos nos permitir mudanças...não precisamos largar tudo para isso, mas sim mudar pequenas coisas...

    acho que o que mais me deixa incomodado é essa coisa de fazer tudo só pelo hábito de fazer, sem as vezes dar importância se é realmente o que quer fazer, como citei nos exemplos.

    Poxa, legal você ter falado sobre seu casamento. Poxa, 36 anos hein... que venham tantos outros. Acho muito bonito isso. meus avós ficaram 55 anos casados e mais de uma vez, essa união deles, serviu de tema para textos aqui no blog. Acho muito bonito isso e lamento estar cada vez mais raro termos uniões assim tão duradouras.

    Enfim... quero agradecer mais uma vez pela visita...seja sempre bem vinda!

    Abraços do Mr.!

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  5. Ahh olha a minha querida amiga Verdinha, uau, fantástico vc passar por aqui..moça...

    pois é Mr Gomelli, o sexo já tá virando robot também..e deixe que lhe diga apesar de ser garota à antiga, nunca andei nessa de transar..sou muito romântica e se lembra daquele cara por quem eu comi tanto pão e botei ele aos passarinhos? pois, aquilo era paixão nada de transar..nunca na vida..ah, que tempo perdido minha nossa...

    Gostei de o ler..você é jovem mas tem maturidade no que escreve..


    Aquele abraço da cota laura que só sabe aconselhar..para o bem, mas a maioria são todos mais modernaços...

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  6. Nossa!! Se na cidade "pequena" que você mora já tem essa robotização toda, deves imaginar como é aqui em São Paulo e em outras capitais, né?

    São uns atropelamentos, gente correndo pra todo lado, pessoas que não saem dos shoppings centers de final de semana.

    Acho que a humanidade nem presta atenção que fazem as coisas automaticamente, às vezes sem sentido algum porque estão em tal lugar ou fazendo tal coisa.

    Muitos, vão por embalos dos amigos, da família e esquecem de fazer o que realmente sua alma quer. Esquecem da sua essência.

    Já estive nessa fase. E conscientemente. Minhas dúvidas quanto à vida me deixaram nesse estado. Hoje, aos poucos estou voltando para aquilo que sou e lutando por aquilo que quero.

    Gosto de temas assim. Apesar de algum tempo não escrevê-los. Mas tem bastante lá no blog e vou voltar a escrever também. rs

    Ops, acho que escrevi demais.

    Abs, Mr.

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  7. Oi Laurinha... bom te receber aqui de novo... hehe...

    ah, também gostei muito de receber a visita da Verdinha...sempre acompanhei os comentarios dela no seu blog... hehe...

    Eu soube desde o principio que o "romance do pão" era apenas paixão... até rimou... hehe...

    sobre minha maturidade ou não... não sei... penso assim, mas não sei se estou certo, nem errado... como escrevi no texto... acho que sou parte de uma minoria... mas também quem sabe ao certo isso... hehe...

    enfim... obrigado pela visita, moça!

    Abração!

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  8. Olá Letícia... bom recebê-la por aqui novamente... hehe...

    nossa, não se preocupe quanto a escrever demais...eu faço muito isso também, mas o que importa é conseguir expor sua forma de pensar e para isso, use o espaço que for necessário... hehe...

    realmente imagino que em cidades maiores, certas robotizações são ainda mais presentes...eu só lamento, pois tem muitas coisas que podem ser evitadas, mas como tu bem falou ali, muitos fazem tão automaticamente ou por certos determinismos (não sei se existe essa palavra) da sociedade, que nem percebem que as vezes estão agindo contra eles mesmos... vai saber...

    também já tive minha fase de fazer as coisas mais ou menos assim... mas aos poucos fui me conhecendo melhor, me entendendo e tendo certeza que não gosto disso tudo... hehe...

    enfim, agora eu que me estendi...

    obrigado pela visita, moça!

    Abraços do Mr.!

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  9. Maturidade eu noto em vc..não parece ser tão jovem assim..meus ninos também são bem maduros para a idade, a vida os vai ensinando..a cada dia que passa...

    Aquele abraço

    Aind ahoje me fui encontrar com amigos de Angola que moraram em meu bairro, falamos do zé por quem eu dava o pão aos passarinhos, foi uma risada geral..lembrar a minha idade dos 14 a 15... nossa que paixão que me fez comer tanto pão..
    beijinho da laura

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  10. hehe... obrigado então Laurinha, levando-se em conta que isso seja um elogio... hehe...

    deve ter sido bom mesmo... essas lembranças sempre são divertidas... hehe...quando me reuno com amigos da adolescência e infância, e relembramos as "aventuras", sempre rimos muito também... hehe...

    abração pra você, moça!

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