Como escrevi em um texto que está um pouco mais abaixo, tive que fazer uma viagem para Porto Alegre no início deste mês. Mas hoje não quero falar nada sobre a cidade ou sobre o concurso que fui fazer, venho falar sobre algo que aconteceu no ônibus, durante a longa viagem, e que me incomodou bastante. Vamos aos fatos...
Durante as longas nove (eu disse NOOOVE) horas de viagem até Porto Alegre, tive a oportunidade de ouvir uma conversa um tanto conturbadora, em diferentes sentidos.
Em um ônibus que esteve cheio durante todo o percurso, eu acabei me alocando em uma poltrona no fundo do carro. A minha direita, logo atrás de mim, em um ângulo diagonal, para ser mais preciso, acabaram sentando um jovem e um outro homem com farda da polícia militar.
Em um ônibus que esteve cheio durante todo o percurso, eu acabei me alocando em uma poltrona no fundo do carro. A minha direita, logo atrás de mim, em um ângulo diagonal, para ser mais preciso, acabaram sentando um jovem e um outro homem com farda da polícia militar.
Pois bem. O primeiro fato que incomodou, foi que eles conversaram o tempo inteiro. Nas primeiras três horas, nem me incomodei, pois estava com os fones de ouvido e nem ouvia nada. Porém, quando acabou a bateria do MP4, tive que acompanhar o diálogo. E foi aí que me senti bem incomodado. Como pode duas pessoas falarem sem parar durante horas? Coisa mais chata. Ainda se fosse em um local propício para isso (se é que existe esse local), mas num ônibus!?! Sabe-se muito bem que muitas pessoas gostam de dormir ou tenta relaxar, ou pensar na vida. Sei lá. Só sei que a conversa deles, talvez até por estarem tão próximos a mim, incomodou bastante.
Mas isso ainda não foi o mais grave. Pelo menos não na minha forma de pensar e explicarei o porquê disso.
Os assuntos dois eram basicamente sobre carros e sobre festas. Esses temas sempre envolvendo questões que levavam à abordagem por policiais. Pois bem. O que me preocupou foi o seguinte assunto. Em certo momento, o jovem tocou no tema "dirigir após tem ingerido bebidas alcoólicas" e para minha surpresa, no meio dos comentários, o policial militar saiu com essa frase: "ah, mas é normal o cara tomar um traguinho e dirigir. Todo mundo faz isso. Só não pode exagerar". E os dois foram seguindo no assunto e o policial falando coisas do tipo, ou seja, influenciando uma atitude completamente errada.
Tudo bem que muita gente realmente faz isso, mas no momento em que vivemos, onde as campanhas de conscientização são frequentes, ouvir um policial militar falar este tipo de coisa, me deixou bem preocupado. Ele falou, inclusive, que já "deixou passar" alguns casos em que o motorista estava embriagado.
Vejam bem, eu sei que é difícil controlar isso, mas é inaceitável que a pessoa que trabalha no combate a este e aos demais tipos de delitos, fale algo aceitando este tipo de comportamento. Um policial militar não pode incentivar um jovem a ter um comportamento que foge de tudo aquilo que vem sendo feito para diminuir o número de mortes no trânsito.
Mas o pior, é que muito provavelmente, a maioria dos policiais pensa e age da mesma forma. Então, de que adianta fazer campanhas de conscientização ou ameaçar punições, se os responsáveis pela fiscalização não vão cumprir com suas obrigações?
Pois é, depois não sabem porque o número de acidentes e de mortes no trânsito nunca diminui. Só digo uma coisa: Lamentável!
Até a próxima!