Nesta semana dois acontecimentos chamaram minha atenção, pois estavam relacionados a duas coisas que mexem bastante com as minhas emoções e de formas bem distintas. O Futebol, pois sou apaixonado pelo esporte, e a Política, que me causa grande repulsa.
Na terça-feira o Internacional, atual campeão da Libertadores da América, estreou no Mundial de Clubes da Fifa contra o desconhecido Mazembe, da República Democrática do Congo.
Estava tudo pronto para uma grande festa colorada, com uma vitória (mais que provável) e a vaga na decisão do Mundial, quando o Inter buscaria o bicampeonato mundial. Mas não foi o que aconteceu.
Em um jogo onde as principais individualidades do time colorado simplesmente não apareceram, o Inter acabou levando 2 a 0 do aplicado, porém fraco tecnicamente, time africano.
Mas por que isso fez eu gostar mais ainda de futebol? Simples!
Em que outro esporte esse tipo de resultado pode acontecer?
Eu que acompanho praticamente todas as modalidades, sei que em qualquer outro esporte, é praticamente impossível o melhor time ser surpreendido de tal forma. No basquete, no vôlei, no tênis, no handebol, enfim, em qualquer outra modalidade, o time mais forte vence, mesmo com o maior nível de superação possível, dos mais fracos.
Mas no futebol não. Neste esporte que encanta e até enlouquece milhões e milhões de pessoas ao redor do planeta, uma equipe mais fraca pode sim se superar e protagonizar jornadas épicas como essa que o Mazembe realizou na terça-feira. E é exatamente isso que encanta os amantes do futebol. Um esporte onde o trabalho coletivo, a vontade de ganhar, a concentração, a garra e a humildade costumam ser premiados. Uma modalidade onde times limitadíssimos tecnicamente podem se sobressair contra grandes equipes, graças ao empenho e à vontade de vencer.
O que não deixa de ser um ensinamento para o nosso cotidiano. Mostra que por maior que um obstáculo possa parecer, podemos sim ir em frente se nos dedicarmos e nos esforçamos para isso. Mostra que a soberba, a arrogância, a pretensão de achar que é melhor que os outros, uma hora, mais cedo ou mais tarde, vão ser cobradas. E que a humildade, é uma virtude que não deve ser abandonada jamais.
Por essas e outras, que eu amo o futebol. Surpresas e emoções como essas, nenhum outro esporte nos proporciona.
Já na quarta-feira, veio a política e colocou um pouco de gosto amargo na semana de todo o povo brasileiro. E isso ocorreu porque os nossos "queridos" políticos votaram e aprovaram, uma lei que prevê um reajuste salarial de "apenas" 60% para eles mesmos. Vejam vocês, deputados e senadores, que ganhavam tão pouco para o ótimo trabalho que realizam (estou sendo irônico, caso não tenha dado para perceber), passarão a receber o valor de R$ 26,7 mil por mês. Nossa, eu fico até pensando como eles vão conseguir sobreviver com tão pouco (preciso explicar?).
Mas eles não foram os únicos beneficiados com a mudança. O presidente da República e os ministros também serão beneficiados. Agora, todos vão receber um valor igual ao que é pago aos ministros do Supremo Tribunal Federal.
Na votação de quarta-feira, foram 279 votos a favor do reajuste e apenas 35 contra. Além disso, a aprovação foi em caráter de urgência (por que será?!). Em números exatos, o reajuste representa um aumento de 149,5% para os ministros, que ganham pouco mais de R$ 10.7 mil. Para o presidente da República, que hoje recebe R$ 11.4 mil, foi um aumento de 133,9%. Para os parlamentares, que recebem R$ 16.5 mil, o acréscimo será de 61,8%.
E só para constar ainda, como se trata de um decreto legislativo, o texto não precisa da sanção presidencial. Os novos salários começam a valer a partir de primeiro de fevereiro do ano que vem.
Aí, quando eu digo que me recuso a participar das eleições, a perder meu tempo e votar nesses aí, o pessoal vem com aquele papinho de que tem que participar para tentar mudar esse quadro. Mas eu só digo uma coisa: isso NÃO vai mudar nunca.
Eles levam meses para votar qualquer projeto de lei que possa trazer algum benefício real para a população como um todo. Reajuste do salário mínimo então, é uma novela. E quando aprovam, não chega nem perto do percentual do reajuste que aprovaram agora para o salário deles. Vocês realmente acham que eles vão deixar isso mudar? Se a resposta for sim, me desculpem, mas como vocês são ingênuos.
Basta ver que mesmo os bons políticos (sim, eu até acredito que eles ainda existem), devem se submeter a certas "obrigações" para conseguir aprovar algum projeto de sua autoria.
Bom, vou ficando por aqui, mas antes, só para desencargo de consciência, deixo a seguir o link onde você pode conferir quem votou a favor desse reajuste e quem votou contra, entre os deputados federais. Espero que os que tiverem acesso a essa informação, marque esses nomes do qual consta ao lado a palavra "sim" e tentem lembrar (ou seria esquecer!?!) deles nas próximas eleições: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_publicacao=35575&cod_canal=1
E por hoje era isso. Até a próxima viagem pelas ideias malucas de Mr. Gomelli. ;)